segunda-feira, 5 de abril de 2010

EMILE DURKHEIM

Continuando o trabalho iniciado por Comte, o de fazer da Sociologia uma ciência, numa visão positiva, surge nessa história o sociólogo francês Émile Durkheim (1858-1917). Dar à Sociologia uma reputação científica foi o seu principal trabalho.

É a partir desse pensador que a Sociologia ganha um formato mais “técnico”, sabendo o que e como ela iria buscar na sociedade. Com métodos próprios, a Sociologia deixou de ser apenas uma idéia e ganhou “status” de ciência.

Durkheim presenciou algumas das mais importantes criações da sociedade moderna, como a invenção da eletricidade, do cinema, dos carros de passeio, entre outros. No seu tempo, havia um certo otimismo causado por essas invenções, mas Durkheim também percebia entraves nessa sociedade moderna: eram os problemas de ordem social.

E uma das primeiras coisas que ele fez foi propor regras de observação e de procedimentos de investigação que fizessem com que a Sociologia fosse capaz de estudar os acontecimentos sociais de maneira semelhante ao que faz a Biologia quando olha para uma célula, por exemplo.

Falando em Biologia nota-se que o seu objeto de estudo é a vida em toda a sua diversidade de manifestações. As pesquisas dos fenômenos da natureza feitas pela Biologia são resultantes de várias observações e experimentações, manipuláveis ou não.

Já para a Sociologia, manipular os acontecimentos sociais, ou repeti- los, é muito difícil. Por exemplo, como poderíamos reproduzir uma festa ou um movimento de greve “em laboratório” e sempre de igual modo? Seria impossível.

Os fatos sociais – objetos nas mãos

Mas Durkheim acreditava que os acontecimentos sociais – como os crimes, os suícidios, a família, a escola, as leis – poderiam ser observados como coisas (objetos), pois assim, seria mais fácil de estudá-los.

Então o que ele fez ? Propôs algumas das regras que identificam que tipo de fenômeno poderia ser estudado pela Sociologia. A esses fenômenos que poderiam ser estudados por uma ciência da sociedade ele denominou de fatos sociais.

E as características dos fatos sociais são:

Coletivo ou geral – significa que o fenômeno é comum a todos os membros de um grupo;

Exterior ao indivíduo – ele acontece independente da vontade individual;

Coercitivo – os indivíduos são “obrigados” a seguir o comportamento estabelecido pelo grupo.

Outra coisa. Não é verdade que os mais velhos ficam nos “incentivando” a casar? “Não vá ficar pra titia, heim!”, “Onde já se viu! Todo mundo, um dia, tem que se casar!”. Com certeza você já ouviu alguém dizendo isso.

Pois é. Esses dizeres nos levam a crer que o casamento também é coercitivo, pois nos vemos “obrigados” a fazer as mesmas coisas que fazem os demais membros do grupo ou da sociedade a que pertencemos.

Todo fato que reuna essas três características (generalização, exterioridade e coerção) é denominado social, segundo Durkheim, e pode ser estudado pela Sociologia. Quanto ao casamento, poderíamos estudar e descobrir, por exemplo, quais fatores influem na decisão das pessoas em se casarem e se divorciarem para depois se casarem novamente.

Perceba, então: Não apenas com o casamento...

Essas regras são da mesma maneira aplicadas ao trabalho, à escola, à moda, aos costumes do nosso povo, à língua, etc.

O que é fato social?

Faça o exercício de localizar os fatos sociais a partir das características que Durkheim percebeu neles.

Recorte de jornais e revistas e traga para que a turma discuta se os fatos que você encontrou são sociais e podem ser estudados pela Sociologia.