domingo, 9 de maio de 2010

DIFERENÇAS SOCIAIS - PRIMEIRO APRENDER

Sociologia: entendendo as diferenças ...
As pessoas possuem um cotidiano cheio de regras. Têm horários para acordar, para dormir, para comer, para estudar, para trabalhar. Na escola você cumpre horário. Tem que se comportar de determinada maneira, para não ser chamado
à atenção. Você já se perguntou o porquê disso? Quem faz estas regras? Quando "estranhamos" o nosso próprio comportamento e as regras que cumprimos estamos assumindo uma postura sociológica. A sociologia se preocupa em entender como e por que as pessoas se relacionam em grupo.
As regras que cumprimos no nosso dia-a-dia parecem naturais porque já existiam antes do nosso nascimento e nos habituamos com elas. Na verdade, elas foram criadas pelos próprios seres humanos, para organizar a convivência em grupo. Em outras palavras, as regras tornam possível a organização da sociedade. A sociologia nos ensina que cada sociedade se comporta e se organiza de forma diferente, pois cada uma possui um modo próprio de viver, um modo próprio de fazer as regras, ou seja, uma cultura. A sociologia nos ajuda a compreender o modo como nós próprios e como os outros vivem. Explicando as diferenças que existem entre os povos e como as pessoas reagem a essas diferenças, ela permite entendermos melhor os problemas que afetam as sociedades. Entendendo os problemas sociais, podemos
contribuir modificá-los.
Postura Sociológica: a palavra postura, geralmente utilizada para falar das posições do corpo humano, nesta expressão possui o mesmo significado de atitude. A atitude do sociólogo é a de sempre se perguntar o porquê das coisas para tentar descobrir o que existe por trás da nossa realidade. Ele está sempre questionando, mesmo as coisas que parecem mais 'naturais' ou 'normais'. Por isso, estranhar a realidade, perguntar quem faz as regras, como as faz, é assumir uma postura, ou atitude, sociológica.
Ao.
VOCE SABIA?
Habituar: é o mesmo que acostumar. Ter costume é repetir algo sempre. Quando dizemos que alguém se habituou a algo é porque esse alguém transformou uma ação em costume, ou seja, passou a realizar essa ação sem nem se perguntar as razões desse hábito.
A sociologia é uma ciência. E como ciência não existiu desde sempre. Ela apareceu em um momento da história da humanidade que coincide com a passagem da sociedade feudal para a sociedade industrial capitalista. Isto aconteceu porque a industrialização das sociedades, iniciada na Europa no século XVIII trouxe muitas modificações para o mundo e fez surgir problemas como o desemprego, o aumento da fome, da prostituição, da violência e o agravamento das diferenças sociais. Diante de tais situações as pessoas começaram a se perguntar o que estava acontecendo com a sociedade. Na tentativa de encontrar respostas para isto os pensadores da época sentiram a necessidade de criar uma ciência que fosse capaz de estudar os problemas da sociedade para tentar encontrar soluções para eles. A esta ciência o filósofo francês August Comte deu o nome de Sociologia. O termo sociologia foi criado nos anos 1830.

GÊNESIS SOCIOLÓGICA

Nas aulas passadas estudamos os sociólogos clássicos, devido algumas dúvidas que surgiram por parte dos alunos, vamos regressar o conteúdo e ver como a sociedade tem mudado com o passar dos anos, estudando como a sociedade vem se modificado com o passar dos anos. E seus diversos momentos, pensamento Filosófico, Idade Média, Renascimento, Iluminismo, Capitalismo, Positivismo, chegando até a consolidação dos estudos de Sociologia.

É importante...

Nesse início de trabalho, buscaremos conhecer como a Sociologia surgiu, para depois sabermos como é que ela pode nos ajudar a entender a sociedade, bem como os problemas levantados pela atividade anterior. Vamos fazer um passeio pela história para encontrarmos suas bases. Acompanhe:

Como tudo começou!

Apesar da ciência sociológica ser considerada nova, pois ela se consolidou por volta do século XIX, a angústia de se entender as sociedades, por sua vez, não é tão nova assim. Se olharmos para a Grécia Antiga, vamos ver que lá já havia o desejo de se entender a sociedade.

No século V a.C, havia uma corrente filosófica, chamada sofista, que começava a dar mais atenção para os problemas sociais e políticos da época. Porém, não foram os gregos os criadores da Sociologia.

Mas foram os gregos que iniciaram o pensamento crítico filosófico.

Eles criaram a Filosofia (que significa amor ao conhecimento) e que, por sua vez, foi um impulso para o surgimento daquilo que chamamos, hoje, de ciência, a qual se consolidaria a partir dos séculos XVI e XVII, sendo uma forma de interpretação dos acontecimentos da sociedade mais distanciada das explicações míticas.

Foram com os filósofos gregos Platão (427-347 a.C) e Aristóteles (384-322 a.C), que surgiram os primeiros passos dos trabalhos mais reflexivos sobre a sociedade. Platão foi defensor de uma concepção idealista e acreditava que o aspecto material do mundo seria um tipo de fruto imperfeito das idéias universais, as quais existem por si mesmas. Aristóteles já mencionava que o homem era um ser que, necessariamente, nasce para estar vivendo em conjunto, isto é, em sociedade. No seu livro chamado Política, no

qual consta um estudo dos diferentes sistemas de governo existentes, percebe-se o seu interesse em entender a sociedade.

Já na Idade Média...

Séculos mais tarde, no período chamado de Idade Média (que vai do século V ao XV, mas exatamente entre os anos 476 a 1453), houve, segundo os renascentistas (que vamos conhecer mais à frente), um período de “trevas” quanto à maneira de ver o mundo.

Segundo eles, havia um prevalecer da fé, onde os campos mítico e religioso, tendiam a oferecer as explicações mais viáveis para os fatos do mundo. Na Europa Medieval, esse predomínio religioso foi da Igreja Católica

Tal predomínio da fé, de certo modo, e segundo os humanistas renascentistas, asfixiava as tentativas de explicações mais especulativas e racionais (científicas) sobre a sociedade. Não cumprir uma regra ou lei estabelecida pela sociedade, poderia ser entendido como um pecado, tamanha era a mistura entre a vida cotidiana e a esfera sobrenatural.

É claro que se olharmos a Idade Média somente pela ótica dos renascentistas ela pode ficar com uma “cara meio tenebrosa”. Na verdade, ela também foi um período muito rico para a história da humanidade, importante, inclusive, para a formação da nossa casa, o mundo ocidental. Vale a pena conhecermos um pouco mais sobre essa história.

E, na continuidade da história...

Tudo caminhava para o uso da razão

O predomínio, na organização das relações sociais, dos princípios religiosos durou até pelos menos o século XV. Mas já no século XIV começava a acontecer uma renovação cultural. Era o início do período conhecido por Renascimento.

Os renascentistas, com base naquilo que os gregos começaram, isto é, a questionar o mundo de maneira reflexiva (como já contamos anteriormente), rejeitavam tudo aquilo que seria parte da cultura medieval, presa aos moldes da igreja, no caso, a Católica.

O renascimento espalhou-se por muitas partes da Europa e influenciava a arte, a ciência, a literatura e a filosofia, defendendo, sempre, o espírito crítico.

Nesse tempo, começaram a aparecer homens que, de forma mais realista, começavam a investigar a sociedade. A exemplo disso temos Nicolau Maquiavel (1469-1527) que, em sua obra intitulada de O Príncipe, faz uma espécie de manual de guerra para Lorenzo de Médici. Ali comenta como o governante pode manipular os meios para a finalidade de conquistar e manter o poder em suas mãos.

Obras como estas davam um novo olhar para sociedade, olhar pelo qual, através da razão os homens poderiam dominar a sociedade, longe das influências divinas.

Era a doutrina do antropocentrismo ganhando força. O homem passava a ser visto como o centro de tudo, inclusive do poder de inventar e transformar o mundo pelas suas ações.

Além de Maquiavel, outros autores renascentistas, como Francis Bacon (1561-1626), filósofo e criador do método científico conhecido por experimental, ajudavam a dar impulso aos tempos de domínio da ciência que se iniciavam.

Não perdendo de vista...

Estamos contando tudo isso para que você perceba que nem sempre as pessoas puderam contar com a ciência para entender o mundo, sobretudo o social, que é o queremos compreender.

Dessa maneira, muitas pessoas no passado, ficaram ‘presas’ principalmente, àquelas explicações a respeito da realidade que eram baseadas na tradição, em mitos antigos ou em explicações religiosas.

O Iluminismo

Já no século XVIII, houve um momento na Europa, chamado de Iluminismo, que começou na Inglaterra e na França, mas que posteriormente espalhou-se por todo o continente em que a idéia de valorizar a ciência e a racionalidade no entendimento da vida social tornou-se ainda mais forte.

Uma característica das idéias do Iluminismo era o combate ao Estado absoluto, ou absolutismo, que começou a surgir na Europa ainda no final da Idade Média, no século XV, em que o rei concentrava todo o poder em suas mãos e governava sendo considerado um representante divino na terra, uma voz de Deus, a qual até a igreja, não raramente, se sujeitava.

Com a ciência ganhando força, era, digamos, inviável o fato de voltar a pensar a vida e a organização social por vias que não levassem em conta as considerações da ciência em debate com as de fundo religioso. Como por exemplo, imaginar os governantes como sendo representantes sobrenaturais.

Nesse período, a continuada consolidação da reflexão sistemática sobre a sociedade foi ajudada por autores como Voltaire (1694-1778), filósofo que defendia a razão e combatia o fanatismo religioso; Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), que estudou sobre as causas das desigualdades sociais e defendia a democracia; Montesquieu (1689-1755),

que criticava o absolutismo, e defendia a criação de poderes separados (legislativo, judiciários e executivo), os quais dariam maior equilíbrio ao Estado, uma vez que não haveria centralidade de poder na mão do governante.